sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A origem da aromaterapia – a arte e a ciência dos aromas.

A aromaterapia em seu conceito mais simples e amplo existe há milênios, os indianos, por exemplo, utilizavam o sândalo em boa parte da construção dos seus templos para garantir que eles possuíssem uma atmosfera aromática, com a medicina ayurvédica datando cerca de 10 mil anos de história, não é exagero dizer que o uso de extratos vegetais é uma tradição na Índia. Os egípcios por sua vez, conhecidos como o povo antigo que mais se preocupava com a higiene pessoal e os cuidados com a pele e cabelos, possuem registros da extração e uso dos compostos aromáticos de cerca de seis mil anos. Eles utilizavam um método conhecido como infusão para extrair o óleo das plantas aromáticas e os usavam em massagens após o banho, na produção de incensos, perfumes e na sua aplicação mais notória: o embalsamamento. O uso dos óleos essenciais com propriedades antissépticas auxiliou na conservação das múmias egípcias até os dias atuais. Os babilônios e os árabes misturavam óleos perfumados na argamassa das suas construções sagradas; os mercadores antigos tinham entre os mais valiosos produtos a canela, o gengibre, a mirra e o olíbano, estes últimos segundo a história nos conta, ofertados ao menino Jesus pelos Reis Magos.
Os antigos gregos utilizavam substâncias aromáticas nas casas de banho e registraram grande parte dos seus conhecimentos, os escritos de Hipócrates são utilizados até hoje na aromaterapia, o livro De Materia Medica, escrito por Dioscórides no séc. 1 dC, foi usado por cerca de 1.200 anos como referência em medicina fitoterápica no mundo ocidental. Os romanos herdaram e aperfeiçoaram o conhecimento grego acerca dos óleos e seus usos, aplicando em medicamentos, higiene e cosméticos. Já na época lembrada como a mais “suja” da humanidade, a Idade Média, as plantas aromáticas eram espalhadas pelo chão para disfarçar o mau cheiro proveniente das pessoas e das roupas, que não eram banhadas e lavadas com muita freqüência. As pessoas comumente carregavam bolas perfumadas – laranjas com cravos espetados – para tentar se manter distante de infecções, principalmente a peste. De uma maneira ou de outra, praticamente todos os povos antigos e todas as eras da humanidade tem algum registro do uso de plantas aromáticas e medicinais.

A aromaterapia como conhecemos hoje começou a tomar forma entre o final do séc. 19 e início do séc. 20. Em 1887 foi realizado em laboratório o primeiro teste registrado sobre a ação dos efeitos antibacterianos dos óleos essenciais; nesta época a tuberculose era uma doença muito comum na França e observou-se que as pessoas que trabalhavam na manipulação de flores e ervas não contraiam a doença. Após o teste, os compostos aromáticos destas plantas foram considerados os responsáveis pela boa saúde dos trabalhadores. Isso deu origem a uma série de pesquisas nas quais foram constatadas, por diferentes estudiosos, a eficácia dos óleos essenciais de diferentes plantas contra a mononucleose infecciosa, febre amarela, queimaduras e ferimentos, e também a sua ação no sistema nervoso, pressão sanguínea, ritmo respiratório, freqüência cardíaca e em quadros de histeria e depressão.

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